dezembro 09, 2008

garras poéticas

e não é que, hoje, os meus filhos, lancelote e artur, e a minha irmã brunilde, depois de terem aconchegado o estômago com um pires de leite quente, decidiram entregar-se à escrita de poesia?

artur -mãe, já sei: vou olhar lá para fora e inspirar-me na natureza. antes de escrever o poema, até vou fazer um desenho, que também podes publicar lá no blog, se ficar bonito...
brunilde (com ar sonhador)- eu também me vou inspirar na natureza! pois se ela nos oferece tantas coisas lindas, se soubermos olhar com olhos de ver...
idun - e tu, lancelote?
lancelote - bem... eu...humm... eu vou inspirar-me no poema que o mano escrever...
brunilde - então, quando é que se despacham?? eu escrevi o meu em dois tempos!
artur - tia brunilde, não me enerves. mãe, posso escrever um poema sem rimas, posso? não espreites por cima de mim, lancelote, olha que me estás a pisar o rabo!

desenho e poema do artur
da janela observo, pensativo,
a folhagem que dança
quando o vento passa.
chegarás em breve, primavera?
contigo, virá o alegre tempo de brincar
com as flores
que no jardim se entregam, lânguidas,
aos primeiros raios
de sol.

o poema do lancelote
quando, no inverno, o vento sopra e arranha,
no jardim ninguém me apanha.
dentro da casa quentinha, à janela
passo os dias, feliz, a ronronar
e a pensar:
a vida é bela!

o poema da brunilde
um passarinho
amoroso, engraçado
num frágil raminho
canta alegre e descuidado.

chega o maltês*
dá um saltinho
e era uma vez
um passarinho

* refiro-me ao gato maltês

Arquivo de jardinagem

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