o calor resolveu dar-nos folga, a mim e à bicharada. nestes últimos dias, os gatos já não precisam de procurar um pouco de frescura na terra húmida. deitam-se, agora, nos respectivos cestos ou nos seus recantos favoritos, passeiam pelos telhados, brincam e vigiam, do alto dos muros, a estrada e os campos.
apesar de gostar de dar um pequeno passeio diário no jardim, a brida continua a preferir estar dentro de casa. deitada no seu cesto, observa, tranquila, o arvoredo, as ervas que ondulam ao vento, já queimadas pelo sol.
o dia nasce com o canto dos pássaros que moram nas árvores em frente à casa.
logo que o café que habitualmente frequentamos abre as suas portas, lá estamos, eu e o Lost, para um pequeno-almoço sem pressas.
enquanto leio o jornal, o Lost vai cativando os restantes frequentadores da esplanada. de todos ganha qualquer coisa: um pedacinho de pão com manteiga ou fiambre, parte de uma torrada ou de um bolo seco.
não vale a pena insistir com as pessoas para que o ignorem ou não lhe dêem nada. tenho de compreender que é realmente difícil não oferecer um pequeno mimo a um bicho tão expressivo, com um olhar tão terno e alegre como o dele. não concordam comigo?